É o grande problema interior, aquele de cada um e de todos. É o problema da alma, que descobre em si mesma um abismo de trevas e de luz, que se contempla com uma mistura de encantamento e de pavor e se diz: "Eu não sou deste mundo, pois ele não é suficiente para me explicar".
Os grandes Iniciados- Édouard Schuré

15 de ago. de 2011

Sabedoria...


15/08/2011
6+8+4=
9



Hoje encontro a sabedoria... caminho com ela... olho a mim mesma e a cada um que cruza o meu caminho com amor...
A essência não é mais esquecida... apesar das ilusões que teimosamente representamos, ela brilha intensamente...
Deixei de fechar meus semelhantes em seus erros e projetar neles mais ilusões... tenho expectativas positivas a meu respeito e a respeito do outro...
Contudo, não deixo de olhar a realidade que me cerca... as coisas que desejo mudar... apenas sei que pode e será melhor se eu puder visualizar o melhor...



Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda. Jung

            Na terminologia junguiana, o Eremita ,(9) no tarô, representa o Velho Sábio arquetípico. Como Lao-tzu, cujo nome significa "velho", o frade aqui retratado personifica uma sabedoria que não se encontra em livros. O seu dom é tão elementar e perene quanto o fogo da sua lâmpada. Homem de poucas palavras, vive no silêncio da solidão - o silêncio de antes da criação - somente a partir do qual uma nova palavra pode tomar forma. Não nos traz sermões; oferece-se a nós. Com sua simples presença ilumina pavorosos recessos da alma humana e aquece corações vazios de esperança e significação.
            De acordo com Jung, uma figura assim personifica "o arquétipo do espírito... o significado preexistente escondido no caos da vida". [C.G. Jung, The Archetypes and the Conective Inconscious, C. W. Vol. 9, Parte 1, § 74]. À diferença do Papa, esse mongezinho não está entronizado como porta-voz e árbitro de leis gerais; à diferença da Justiça, não segura nenhuma balança com a qual possa pesar os imponderáveis. Parece uma figura muito humana, que pisa o chão comum e carrega apenas sua lampadazinha para alumiar o caminho.
            Como o Louco, é um andante; e o seu capuz de monge, protótipo do barrete do Louco, liga os dois como irmãos de espírito. Mas o passo do velho viajante é mais comedido que o do jovem Louco, e ele não olha por cima do ombro. Aparentemente, já não precisa pensar no que fica para trás; assimilou as experiências do passado. Nem lhe é mister esquadrinhar horizontes distantes, procurando potencialidades futuras. Parece contente com o presente imediato. Seus olhos estão bem abertos para recebê-lo - seja lá o que for. Apreendê-lo-á e lidará com ele de acordo com a sua própria iluminação.
            Sua lâmpada parece um símbolo adequado para a introvisão individual do místico. Enquanto a ênfase principal do Papa reside na experiência religiosa sob as condições prescritas pela Igreja, o Eremita nos oferece a possibilidade da iluminação individual como potencial humano universal, uma experiência não limitada a santos canonizados, mas colocada, até certo ponto, ao alcance de toda a espécie humana.

SALLIE NICHOLS
JUNG E O TARO


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